Uma manifestação de moradores da Favela Real Parque, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, bloqueou a Marginal Pinheiros, sentido Interlagos, por cerca de duas horas na noite desta segunda-feira. O protesto começou por volta de 18 horas. Manifestantes queimaram pneus na via e usaram um ônibus para fechar a passagem. A Polícia Militar foi chamada e recebida com pedras. Os policiais revidaram com balas de borracha e bombas de efeito moral.
A fumaça de gás pimenta invadiu uma escola. Pais reclamavam que alunos passavam mal e não podiam sair da escola, por causa da confusão.
– A van não conseguiu buscar as crianças que ficaram presas dentro da escola. Bem na hora que o gás invadiu o prédio com as crianças – conta a mãe de um aluno.
Segundo testemunhas, alguns dos manifestantes assaltaram motoristas parados no congestionamento. A situação só foi controlada quando a polícia invadiu a favela.
O protesto começou após a divulgação da lista de moradores que terão direito ao auxilio-aluguel e moradia definitiva após o incêndio que atingiu o local nesta sexta-feira. Cerca de 400 famílias que perderam tudo serão beneficiadas com o valor de R$ 400 mensais. Porém, nem todas as pessoas foram incluídas na lista de moradia definitiva, prevista em um programa da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab).
De acordo com a Sehab, alguns moradores da favela se revoltaram porque não receberiam o chamado Compromisso Habitacional, que é a garantia da inclusão de famílias em unidades habitacionais a serem construídas na região. Segundo a Prefeitura, apenas as vítimas que constarem do cadastro original de 1.131 famílias da favela, feito em 2008, teriam direito ao benefício. A decisão, porém, pode ser revista.
Por conta do protesto, o congestionamento na Marginal Pinheiros chegou a mais de 7 quilômetros. Os passageiros de dois ônibus, assustados, tiveram de descer dos coletivos.
Fonte: O Globo