Três corpos foram encontrados na manhã deste domingo, 19, dentro de um carrinho usado para recolher material reciclável em uma rua com condomínios de luxo no Real Parque, Morumbi, zona sul de São Paulo. Outras duas pessoas feridas à bala estavam ao lado do carrinho. Levadas ao hospital, uma não resistiu e morreu.
Os corpos foram abandonados na Rua Dauro Cavallaro e encontrados às 6h50. A polícia suspeita de que as pessoas tenham sido executadas a poucas quadras dali, dentro da Favela Real Parque, por envolvimento com o tráfico de drogas.
As vítimas foram o aposentado Antonio Carlos Bernardes de Souza, de 58 anos, o forneiro Elixandro Alves da Silva, de 32, o segurança Josué de Souza Silva, de 21, e um homem ainda não identificado, de aparentemente 33. Eles foram assassinados a tiros e pauladas. Uma quinta vítima, Cleyton João do Nascimento, de 21, resistiu às agressões e está internado em um hospital da capital. Seu estado de saúde não foi revelado.
A polícia informou que Cleyton tem passagem por receptação de drogas e furto. “Ele está confuso, não fala coisa com coisa”, disse um dos policiais.
Medo. No Morumbi, o sentimento era de apreensão. “Estou com medo de sair”, disse um morador que pediu para não ser identificado, enquanto fazia compras na feira livre da mesma rua. “Essas mortes aconteceram na favela. Os bandidos só deixaram os corpos aqui”, ponderou outra moradora.
Alguns vizinhos reclamaram da demora em tirar o carrinho do local. Por volta do meio-dia, algumas crianças brincavam em volta dele e ainda era possível ver marcas de sangue. “Agora toda vez que saímos de casa vemos esse carrinho parado na calçada.Os policiais fizeram a perícia, mas não o retiraram daqui”, reclamou uma senhora. “Estamos preocupados. Essa rua não tem segurança e nenhum dos prédios tem câmeras de segurança apontada para as ruas”, disse o porteiro do edifício que fica na frente do local onde os corpos foram deixados. “Vi quando a polícia chegou e socorreu os dois homens. Fiquei assustado com tudo isso.”
Um feirante que vende flores na região também disse estar horrorizado. “Nunca vi um negócio desses”, disse.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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