A situação é tensa na favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo, próximo ao bairro do Morumbi. Moradores fazem várias manifestações neste momento em pelo menos sete pontos da favela em protesto contra uma ação da Polícia Militar, realizada na noite deste domingo, que resultou na morte de um morador e a prisão de outro. No protesto, os manifestantes colocaram carros para bloquear ruas dentro da favela. Eles atearam fogo em pelo menos três veículos e em pneus velhos. Também foram usadas caçambas de entulho para impedir a entrada do Batalhão de Choque da Polílica Militar, que está no local. Os policiais do Choque forçam a entrada na favela usando bombas de efeito moral. Um policial foi baleado. A vítima foi levada para o Hospital Albert Einstein, o mais próximo da região.
O comércio e escolas da região fecharam as portas, segundo moradores, por ordem de traficantes. Eles também teriam decretado toque de recolher, de acordo com os moradores. Uma kombi que estava estacionada na favela teve os vidros quebrados e os pneus incendiados. Um dos grupo de manifestantes – de aproximadamente cem pessoas – também estava armado com pedaços de pau. Eles explodiram fogos de artifício na direção do helicóptero da Polícia Militar. Os manifestantes cobriram o rosto para não serem reconhecidos. O conflito ocorre na altura do número 4000 da Avenida Giovanni Gronchi.
De acordo com a Polícia Militar, as cenas de vandalismo começaram por volta de 17h, no cruzamento da Giovanni Gronchi com a Rua São Pedro Fourrier, próximo a uma agência do Banco Itáu. Cerca de 40 policiais estão no local e por enquanto, diz a PM, a situação está sob controle. Os bombeiros foram chamados para apagar o fogo nos veículos.
De acordo com o coronel Danilo Antão, da Polícia Militar, o homem morto durante a ação da PM era um bandido que havia roubado um veículo em Curitiba e seria fugitivo da Penitenciária de Franco da Rocha. A pessoa presa estava com ele.
– Vamos reforçar o policiamento aqui para manter a ordem – disse o coronel.
O coronel confirmou que houve confronto com os manifestantes, mas não soube dizer se havia feridos. O militar disse que os policiais estão sendo recebidos com pedras e fogos de artifício.
– Não sabemos se eles estão usando armas de fogo – afirmou o coronel.