Eles utilizam passagem de emergência para chegar perto do mastro de 138 metros.
Inauguração ocorreu às 12h de sábado (10) e trânsito foi liberado às 18h.
Morador do Real Parque, o evangélico Fernando Ozanan, de 27 anos, diz que vai voltar ao local à noite para fazer fotos da iluminação: ‘assim que terminar o culto eu venho para cá’ (Foto: Ardilhes Moreira/G1)
Curiosos que desejavam ver de perto o novo cartão-postal paulistano, a Ponte Octavio Frias de Oliveira, chegaram a se arriscar para apenas conhecer ou fotografar a estrutura na manhã deste domingo (11). A pé, houve quem transformasse a passagem de emergência em trilha para o turismo não autorizado.
Infográfico: faça um passeio virtual pela ponte
Confira fotos da inauguração
A passagem de bicicletas e de pedestres pelo local é proibida. Por isso foi mais comum ver nesta manhã famílias inteiras em festa dentro dos carros ou condutores solitários que encontraram um bom motivo para tirar da garagem motos possantes ou carros de placa-preta. Mas, apesar da presença de um carro da Guarda Civil Metropolitana, muita gente que estava a pé também conheceu e se disse encantada com a ‘ponte estaiada’.
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Passagem de emergência não é calçada: para fotografar do alto do cartão-postal, casal precisou fazer travessia proibida (Foto: Ardilhes Moreira/G1)
Emocionado, o aposentado Alfredo Rodrigues, de 83 anos, não parava de agradecer a filha e o genro pelo passeio a pé no local. “Foi o maior presente que eles me deram”, disse. Morador de Mongaguá, no litoral paulista, o ex mestre-de-obras havia feito a família prometer que ele conheceria de perto a estrutura quando fosse inaugurada. Elogiou o tamanho da obra, a complexidade do projeto e o impacto no visual na cidade. “Tem gente que não vê toda a beleza que está aí”, afirmou.
Da janela de casa, o morador do Real Parque Fernando Ozanan Batista, de 27 anos, já tinha percebido. Fez vídeos e fotos do cartão-postal já de longe. Mas, assim como outros curiosos, aproveitou a ausência de seguranças nas alças de acesso, atravessou a Marginal Pinheiros e gastou toda a memória do celular com novas imagens. Disse que que vai voltar ao local à noite para fazer fotos da iluminação: “assim que terminar o culto eu venho para cá”.
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Pedestres cruzaram pistas a pé (Foto: Ardilhes Moreira/G1)
Depois que a reportagem do G1 estava há mais de meia hora no local e já tinha encontrado cerca de 15 visitantes, como um casal de fotógrafos e um homem que levou o cão da raça cocker para passear, uma equipe da Guarda Civil Metropolitana e um agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegaram ao centro da ponte. “O pessoal está vindo porque ainda não tem sinalização”, disse o agente da CET. Ele se referia às placas de trânsito que indicam a proibição de bicicletas e pedrestes.
Quem se arriscou no local reconhece o perigo. “Hoje ainda dá pra vir por causa do pouco movimento, mas durante a semana vai ser impossível”, disse Any Raquel Vasconcelo, a filha que cumpriu a promessa de levar o ex- mestre de obras de 83 anos ao passeio. “A polícia pediu para sair, vamos embora. Realmente é arriscado”, disse o homem que estava acompanhado do cocker spaniel.
Protestos e discursos
A ponte liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à Marginal Pinheiros, na Zona Sul de São Paulo. Foi liberada para o tráfego de veículos a partir das 18h de sábado (10). Cerca de 300 pessoas acompanharam a inauguração. Entre elas, o padre Marcelo Rossi, que abençoou a obra e grupos que protestaram pedindo mais moradia e mais ciclovias na cidade.
Fonte: G1