São Paulo se assusta com números da violência no bairro do Morumbi

Na segunda-feira (7), houve mais um assalto a uma casa no bairro do Morumbi. Sete pessoas, entre elas uma criança, foram feitas reféns. O caso terminou com três assaltantes mortos. Por causa de tanta violência, muitos moradores pensam em deixar o bairro.

Vítima de sequestro-relâmpago, Jorge Eduardo de Souza foi levado pelos bandidos quando chegava Ao trabalho. Agora ele tem receio de sair para a rua. “A gente está prisioneiro do nosso próprio condomínio e nossa própria casa. Os policiais não conseguem guardar todas as ruas”, afirma.

Jorge é presidente da associação que reúne os moradores do Morumbi, um bairro da Zona Sul de São Paulo onde fica a sede do governo estadual e a residência do governador. É um bairro de contrastes: há condomínios de luxo ao lado da segunda maior favela de São Paulo: Paraisópolis.

O Morumbi também tem sido lembrado pelos casos de violência. Só na segunda-feira (7), três bandidos foram mortos pela Polícia Militar depois de invadirem uma casa e fazerem a família refém. A polícia diz que está nas ruas.

“O roubo à residência diminuiu em número bem marcante. É um número alto. De 42 casos praticados no mês, passou para 4”, informa o major da Polícia Militar, Ednaldo Machado Alexandre.



Mas os números ainda assustam. De janeiro a setembro na região do Morumbi ocorreram 15 homicídios e 27 estupros. Ao todo, 1,2 mil carros foram roubados. Um semáforo demora dois minutos para abrir – é tempo de sobra para os bandidos atacarem os motoristas que ficam parados em uma ladeira. Trata-se de um dos trechos mais temidos pelos moradores do bairro , porque ocorrem arrastões no local.

“É muito perigoso ainda mais de noite. É complicadíssimo porque é sinistro, não passa ninguém, tem de ficar esperando no ‘subidão’. A bandidagem é complicada”, lembra a estenotipista Bruna Ribeiro. “A gente fica parado, exposto e não tem tempo de reação nem de manobra”, diz o publicitário Adilson Silva Machado.

A consultora Deise Bonomi anda com carro blindado. “A gente convive com medo o tempo inteiro: medo de sair de casa e medo de andar na rua”, conta. Depois que o marido foi sequestrado, ela instalou câmeras dentro e fora de casa e acompanha a movimentação ao vivo. “Antes de eu chegar em casa eu dou uma olhada e vejo se não tem ninguém no portão ou se não tem ninguém dentro de casa”, completa a consultora.

Pela quantidade de placas de “Vende-se” que se vê nas ruas do bairro, tem muito morador querendo ir embora do Morumbi. Os moradores do bairro têm reforçado a vigilância de suas casas ou dos condomínios com empresas particulares de segurança. Segundo eles, enquanto a polícia vigia as principais ruas da região, os bandidos procuram as vias mais isoladas para agir.

Fonte: Bom Dia Brasil





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