Os casos de roubos a residências triplicaram no Morumbi, zona sul de São Paulo, nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com igual período de 2009. Foram 30 casos, ante 10 no ano passado. A reportagem obteve os números de ocorrências em 20 delegacias de bairros nobres da capital (veja quadro). Em 12 dos distritos policiais houve aumento dos casos, mas há regiões com queda significativa, como os Jardins. No total, são 132 ocorrências no primeiro bimestre de 2009, ante 136 neste ano.
Os dados mostram que no primeiro bimestre deste ano ocorreram 22 roubos a residências na área do 34º DP (Morumbi). No mesmo período do ano passado, foram registrados três casos. Um dos últimos ataques foi à mansão do empresário Sílvio Santos, dono do SBT, na noite de 13 de fevereiro. Já na área do 89º DP (Portal do Morumbi), a polícia relatou oito assaltos em janeiro e fevereiro deste ano, ante sete nos dois primeiros meses do ano passado. A PM diz que faz operações diariamente no Morumbi.
O levantamento aponta ainda que neste ano a sexta-feira foi o dia preferido pelos ladrões para invadir casas no Morumbi, com seis casos registrados. A Polícia Civil registrou quatro roubos às terças-feiras; quatro às quintas-feiras; quatro aos sábados; dois às segundas-feiras; um na quarta-feira e um domingo. Já no primeiro bimestre de 2009, dos três roubos na região do 34º DP, um foi em uma segunda-feira, um na quarta e outro no sábado.
Como tem dois distritos policiais, o bairro também conta com dois Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs). A presidente do Conseg do Morumbi, Júlia Titz Rezende, diz que as áreas com maior incidência desse tipo de roubo são o Jardim Rolinópolis, quase no limite com o Butantã, e a região próxima do estádio do São Paulo, nas proximidades da Favela de Paraisópolis. Segundo Júlia, a PM intensificou o patrulhamento preventivo no bairro, prendeu algumas quadrilhas e sempre faz reuniões semanais para planejar operações contra os ladrões. Ela acrescenta que os moradores também precisam ajudar e tomar algumas precauções, como instalar mais equipamentos de segurança nas casas e ter cuidado ao contratar empregados, procurando sempre obter referências e acesso às fichas de antecedentes.
Já o presidente do Conseg do Portal do Morumbi, Celso Neves Cavallini, de 65 anos, afirma que os ladrões de casas costumam ter informações das vítimas. “A PM faz o patrulhamento preventivo, mas é difícil coibir esse tipo de crime. Os ladrões são organizados, planejam a ação, sabem onde vão atacar, conhecem a rotina das vítimas, quantos empregados trabalham e quantas pessoas moram na casa”, argumenta.
Ao contrário do Morumbi, os roubos a residências diminuíram nos Jardins, zona sul, passando de quatro, no primeiro bimestre de 2009, para nenhum em janeiro e fevereiro deste ano. Situação semelhante ocorreu em Perdizes, na zona oeste. Foram cinco casos em 2009 e apenas um neste ano.
Fonte: Jornal da Tarde