O Ministério Público instaurou inquérito civil para apurar por que a esquina da Rua Tenente João Batista Prado com a Rua Oscar de Almeida, no bairro do Morumbi, zona sul de SP, virou um lixão de cinco meses para cá. A denúncia partiu do advogado Paulo Esteves, vizinho do local.
“As casas estão sendo invadidas por ratos e outros insetos, além do mau cheiro. Isso sem falar na depreciação dos imóveis”, afirmou o advogado na representação protocolada no MP.
“Uma empresa contratada pela Prefeitura por valores milionários não pode usar uma rua para fazer de depósito de lixo particular”, disse Esteves. O problema começou depois que a Ecourbis, responsável pela coleta domiciliar da região, instalou 14 contêineres no fim da Rua Tenente João Batista Prado, para colocar o lixo recolhido por garis das vielas de Paraisópolis, onde os caminhões não chegam.
Depois que os contêineres foram instalados, disse Esteves, o local tem recebido descarte irregular de entulho. No pedido de abertura de inquérito, ele juntou fotos que mostram a calçada tomada pelo lixo.
Ontem, quando a reportagem esteve no local, o caminhão da Ecourbis já havia passado e recolhido os detritos por volta das 13 horas. Ao lado das caçambas, porém, estava acumulado em recipientes plásticos o material separado para reciclagem.
De acordo com Walter de Freitas, superintendente operacional da Ecourbis, os caminhões recolhem o material dessas caçambas de duas a três vezes por dia. “Temos de colocar as caçambas em algum lugar. Cabe ao poder público fiscalizar se está havendo despejo irregular de lixo”, disse Freitas.
Morador há 40 anos de Paraisópolis, o comerciante José Ferreira, de 67 anos, desaprova a solução proposta por Prefeitura e Ecourbis. “Já vi muito rato circulando aí. As crianças ficam brincando e remexendo essa sujeira toda”, contou.
O advogado Paulo Esteves disse que vai entrar na Justiça com ação indenizatória por causa da desvalorização de imóvel.
Fonte: O Estado de S. Paulo