Os três candidatos à prefeitura de São Paulo melhores colocados nas últimas pesquisas votaram na manhã deste domingo (5), dia de definição do primeiro turno das eleições municipais.
A primeira a votar foi Marta Suplicy (PT). Ela esteve na 251ª Zona Eleitoral, na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, na Zona Oeste às 9h20. Na saída, disse estar confiante na disputa do segundo turno.
O atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) votou às 10h35 deste domingo (5), na 251ª Zona Eleitoral, no Alto de Pinheiros, também na Zona Oeste.
O ex-governador Geraldo Alckmin votou às 10h50 na 346ª Zona Eleitoral, no bairro do Morumbi, Zona Sul de São Paulo.
Pesquisas
As pesquisas de intenção de voto mostram que a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) tem vaga assegurada na próxima fase. Segundo o Datafolha, Marta tinha 38% das intenções de voto no início da campanha eleitoral em 4 de julho e mantinha 36% neste sábado (4). Questionada na quinta-feira (3) sobre seu estado de espírito neste domingo (5), Marta previu que “certamente será a mais tranqüila” entre os candidatos.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM) trocaram de lugar na disputa pela vaga no segundo turno.
Kassab saiu de 13% em 4 de julho para 30% às vésperas da eleição – crescimento de 17 pontos percentuais. Alckmin estava com 31% em 4 de julho e chegou a 21% em 30 de setembro – queda de 10 pontos percentuais.
Isolados
De acordo com as pesquisas, os três primeiros estão isolados dos demais candidatos. Quarto colocado, o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) oscilou entre 6% e 7% das intenções de voto durante todo o período.
Alckmin e Kassab se enfrentam nos bastidores mesmo antes do anúncio de suas candidaturas. Kassab chegou à Prefeitura de São Paulo como vice de José Serra (PSDB). Serra deixou o cargo em março de 2006 para disputar o governo do estado. Kassab assumiu e manteve secretariado majoritariamente tucano.
Kassab
Fiel a Serra, Kassab divide seu crescimento nas pesquisas com o governador e conta com apoio de parte dos tucanos ligados a Serra,embora o PSDB nacional tenha divulgado pelo menos três cartas públicas em que defendeu Alckmin e condenou o apoio informal a Kassab.
Praticamente desconhecido pela maioria do eleitorado, Kassab fechou alianças com o PMDB do ex-governador Orestes Quércia e mais quatro siglas (PR, PRP, PV e PSC) – o que lhe garantiu o maior tempo de TV. Com comunicação eficaz, elogiada até mesmo pelos adversários, Kassab comemora o fato de ter conseguido colar sua imagem à do governo municipal, que segundo o Datafolha está bem avaliado: 47% de ótimo e bom e 15% de ruim e péssimo.
Alckmin
Candidato derrotado à presidência da República em 2006, Alckmin rejeitou apoiar Kassab nas eleições deste ano em troca de uma vaga para concorrer a governador em 2010 – oferta que alinharia os tucanos pró-Alckmin com o projeto de candidatura do governador José Serra à Presidência da República também em 2010, como afirmam o líder dos tucanos na Câmara Municipal, Gilberto Natalini e o secretário municipal de esportes, Walter Feldman.
Decidido a enfrentar o grupo tucano que apóia Kassab, Alckmin obteve apoio de 89% dos militantes que foram à convenção do PSDB em julho, mas o placar não resolveu os problemas do candidato. O tucano obteve apoio do PTB e indicou como vice o deputado Campos Machado, líder do partido e aliado histórico do PSDB em São Paulo.
Ante afirmações de que sua candidatura ficou isolada dentro do PSDB, Alckmin conseguiu declarações de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves. O governador José Serra, entretanto, participou uma única vez de evento ao lado do candidato tucano – durante jantar de comemoração dos 20 anos do partido.
Desgastado, Alckmin trocou o marqueteiro de sua campanha a três semanas do primeiro turno, elevou as críticas a Kassab, explorou suas relações com os ex-prefeitos Celso Pitta e Paulo Maluf, além de mostra sua aliança com o ex-governador Orestes Quércia, o que lhe rendeu desgastes com o ex-governador. Os ataques não impediram o crescimento do democrata e nem a queda do tucano.
Aliados em São Paulo desde 1998, líderes do PSDB e do DEM, afirmam que os dois partidos estarão juntos no segundo turno, mas os ataques de Alckmin a Kassab devem provocar constrangimento.
Ex-prefeita, Marta perdeu a tentativa de reeleição em 2004. No primeiro turno, ela obteve 35,82% contra 43,5% do então candidato a prefeito José Serra. No segundo turno, Marta obteve 45,1% contra 54,8% de Serra. Convencida pelo PT a disputar a Prefeitura de São Paulo, Marta deixou o Ministério do Turismo em 5 de junho deste ano.
A petista obteve apoio de partidos que integram a base de apoio ao governo Lula: O PCdoB de seu candidato a vice, Aldo Rebelo, o PDT de seu ex-rival Paulo Pereira da Silva e o PSB da ex-prefeita Luiza Erundina. Com forte apoio entre os sindicatos e nos bairros mais populares, Marta conta com a militância para enfrentar Kassab no segundo turno.
Aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atingiu em setembro popularidade recorde de 68,8%, Marta obeteve forte apoio durante o primeiro turno. Lula participou de dois grandes comícios de apoio à petista, no início e no final da campanha. Além disso, o presidente gravou participação para seus programas eleitorais e endossou projeto de ampliação do Metrô com financiamento federal.