Reunião na quarta-feira vai pôr em pauta, mais uma vez, a luta da cidade de São Paulo para definir o estádio a ser sede da Copa de 2014. No encontro entre representantes do Comitê Paulista, da Prefeitura e da CBF, o Morumbi será defendido. E, por outro lado, novamente vai ser discutida a construção de um complexo de exposições com uma nova e moderna arena, no bairro de Pirituba.
De um lado da briga estará o Comitê Paulista, que defende com ênfase o Morumbi no Mundial – entre os representantes do órgão, há a confiança do respaldo do prefeito Gilberto Kassab e existe a certeza de que o estádio tem chance de ser uma das sedes. Do outro, Fifa e CBF, que garantem que a capital precisa de uma nova arena, independentemente de receber ou não o jogo de abertura. Entre cartolas e políticos, existe a convicção, mesmo que de forma velada, de que a Prefeitura levantará o Piritubão e só espera o aval de investidores para anunciar a empreitada.
Um representante do Comitê Paulista afirmou que o interesse da Prefeitura é mesmo encontrar investidores e anunciar a construção da arena no bairro de Pirituba. Segundo o executivo, a decisão de apoiar essa nova arena é mesmo do prefeito Gilberto Kassab. Já Alberto Goldman, governador do Estado, e José Serra, candidato à presidência pelo PSDB, avaliam que a nova Arena Palestra, do Palmeiras, e um projeto do estádio do Corinthians, em Guarulhos, seriam opções do Estado para receber as partidas do Mundial no Brasil.
Entre os assessores da Prefeitura, a avaliação é de que, ao construir o Piritubão com investimento particular, Kassab ganharia força política e contaria com a simpatia da opinião pública. O prefeito precisará ainda desatar outro nó: encontrar um investidor para garantir o Piritubão. Até agora, as empresas contactadas garantiram interesse só na construção do complexo de exposições.
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians e chefe da delegação do Brasil na Copa da África, disse ontem, em entrevista ao jornal O Globo que não tem dúvidas de que a capital abrirá o Mundial no novo estádio em Pirituba. “São Paulo não ficará sem a abertura da Copa do Mundo. Será o Piritubão. O poder público tem de se mexer para resolver essa questão. O projeto é muito bom, uma coisa do futuro. Excelente. Daqui a quatro anos vocês vão ver.”
Representantes do Comitê Paulista demonstraram insatisfação com o fato de a Fifa ter tirado o Morumbi do páreo. A exclusão do estádio foi anunciada pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em 16 de junho, na África do Sul, e antecipada pelo Estado em abril.
Contaminação não preocupa.Na semana passada, relatório da Cetesb informou que parte do terreno do Piritubão – na Av. Raimundo Pereira de Magalhães – está contaminada por metais pesados e passa por processo de recuperação. A área, contudo, representa apenas 1% do total do terreno, que é de 4,9 milhões de metros quadrados.
Nos últimos meses, o Morumbi ganhou ainda a antipatia de Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. Repetidas vezes Valcke se mostrou contrário aos projetos de reforma apresentados pelo São Paulo. O único aprovado custaria mais de R$ 600 milhões. Como foi vetado pelo clube pelo alto custo, a Fifa e a CBF resolveram eliminar o estádio da Copa no Brasil.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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