O balconista Manoel Jesus dos Santos levou um susto quando foi votar, à tarde, no Colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi, na região sul de São Paulo. No primeiro turno, ele verificou o número de sua seção eleitoral, votou e, ontem, dirigiu-se novamente ao local. Lá, porém, foi informado de que estava na seção errada. “Achei muito esquisito, porque votei normalmente no primeiro turno”, disse o balconista, que procurou o coordenador do colégio eleitoral para esclarecer a situação.
Checada a lista de eleitores, descobriu-se que Santos votou, no primeiro turno, no lugar de outro eleitor, que, por ter nome parecido com o do balconista, causou confusão e levou à indicação da seção eleitoral errada. “Quando fui votar no primeiro turno, o outro Manoel ainda não tinha ido votar. Então votei sem problemas”, disse. Com a confusão desfeita, Santos votou ontem na seção correta, mas vai ter que comparecer ao cartório eleitoral de sua região para comprovar que votou, ainda que na seção errada, no primeiro turno. “Agora sei que minha seção é a 35 e não a 34.”
A empregada doméstica Maria Madalena da Silva também foi pega de surpresa ao descobrir que sua zona eleitoral é outra, que seu título de eleitor está em situação irregular e que, segundo consta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Madalena não vota há cinco eleições. “Na última eleição fui votar onde sempre votei, no Jardim Maria Luiza, mas me disseram que o meu local de votação era aqui, no Cervantes. Não consegui votar nem justificar”, contou a doméstica. Hoje, ao chegar ao Morumbi, descobriu que sua zona eleitoral fica, na verdade, no Parque São Domingos. “E agora? Como vou chegar a tempo no Parque São Domingos?”, perguntou.
Apesar desses dois casos, o dia de votação foi bastante tranqüilo no Colégio Miguel de Cervantes, que possui 16 seções eleitorais e recebe cerca de 6 mil eleitores, segundo o coordenador do local de votação, Dorival Cândido da Rosa. O posto de justificativas registrou o preenchimento de 166 requerimentos. Os portões fecharam pontualmente às 17 horas, impedindo a empregada doméstica Maria Aparecida de Moura, que chegou ao local às 17h05, de votar. “O jeito é voltar para o Taboão”, resignou-se.