Baterista do The Police toca em Paraisópolis e doa instrumento

Crianças e adolescentes da Favela Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, tiveram uma atração especial nesta quinta-feira (10), durante a abertura da 18ª edição do Panorama Percussivo Mundial (PercPan): o ex-The Police Stewart Copeland. O baterista se apresentou ao lado de parte da La Notte Della Taranta, orquestra que toca músicas folclóricas do sul da Itália. Após sua apresentação, que arrancou muitos aplausos do público, ele doou sua bateria para a comunidade, que poderá leiloá-la para arrecadar fundos.

A abertura do festival aconteceu no Centro Educacional Unificado (CEU) de Paraisópolis. Além de Stewart, participaram da apresentação o rapper brasileiro Criolo e João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso. Tanto as instalações do CEU quanto a receptividade do público impressionaram Copeland, que considerou a plateia especial.

“Esta plateia foi um pouco especial, porque crianças não têm respeito, têm apenas entusiasmo. Então, para elas não importa quem você é. Elas não ligam para quantos discos você vendeu, para quem você é”, disse ele após a apresentação. “Nesse lugar bonito não parece que estou em uma comunidade pobre.”



A proximidade de realidades tão diferentes – a Favela Paraisópolis fica no meio do bairro do Morumbi, região nobre de São Paulo – impressionou o músico. “Quando estávamos vindo para cá, esperávamos tocar em uma comunidade muito pobre. Fomos passando por prédios altos, com portões de mármore, árvores bonitas. Pensei ‘o que está acontecendo?’Então de repente nós estávamos na favela.”

Copeland também afirmou que, como turista, vê avanços no desenvolvimento do Brasil. “Na primeira vez que vim ao Brasil, na década de 1980, nas primeiras seis horas no Rio de Janeiro, vi três assaltos. Agora parece diferente, esta escola está aqui. Estas crianças têm sorrisos em seus rostos”, afirmou.

Ao subir ao palco, o baterista se desculpou ao público pela dimensão da apresentação – ele normalmente toca com a orquestra de cerca de 20 músicos, mas apenas quatro se apresentaram em Paraisópolis. Logo depois, anunciou a doação da bateria que tocou para a comunidade, e chamou um dos presentes para tocá-la – o escolhido, apontado pelo público, foi o estudante Luís Mike. “Tocar com ele ao lado é mais fácil”, disse o jovem que contou fazer aulas de bateria há dois meses. “Avaliei como algo com grande entusiasmo e grande desejo de se dar bem”, afirmou Copeland sobre o desempenho do jovem.

Fonte: G1





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