Chuva enche clube do São Paulo de lama e destrói salas e equipamentos

A chuva desta quinta-feira (14) alagou a área social do São Paulo Futebol Clube, no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, destruiu salas e eletrodomésticos, fez um muro ceder e deixou o ginásio e as quadras de tênis cobertos de lama. A manhã desta sexta (15) foi de limpeza e contabilização do prejuízo. O clube amanheceu fechado e só deverá ser reaberto em oito dias

O temporal provocou diversos pontos de alagamento, além de fechar o Aeroporto de Congonhas e paralisar linhas de trens e Metrô. No clube, a água atingiu quase 2 metros de altura no refeitório e destruiu geladeiras, freezers, além dos alimentos. Equipamentos eletrônicos também ficaram destruídos.

Um córrego que passa pelos fundos do clube transbordou e atingiu mais de 4 metros de altura no nível da rua. O muro que circunda o clube, na altura do portão 10, não aguentou a força da água e teve parte demolida. A força da correnteza levou a água para dentro do local, que ficou inundado e teve áreas destruídas. No momento da queda, havia quatro funcionários no local que precisaram de ajuda para conseguir sair.

As salas de jogos e de carteado ficaram destruídas. A água provocou infiltração por baixo do piso, que rompeu. Móveis estão revirados e estragados. No ginásio o cenário é de pura lama. Nem as quadras de tênis foram poupadas. Até o setor de fisioterapia no bairro do Morumbi foi inundado e máquinas que estragaram estavam expostas pelos corredores. A cozinha também foi danificada.

Segundo José Moreira, diretor social do São Paulo, mais da metade da sede foi inundada. “O prejuízo é inestimável. Perdemos todo o parque aquático”, lamenta. Na manhã desta sexta-feira, funcionários do clube faziam um mutirão para limpar a sujeira, com o auxílio de máquinas. As três piscinas estavam repletas de barro.



Parte do teto da academia caiu com a infiltração durante a chuva. Ninguém se feriu.
Moreira diz que o clube só será reaberto para os sócios dentro de pelo menos oito dias e que após a limpeza empresas farão levantamento nas bombas e parte eletrônica. Ele diz que o São Paulo já pediu para a Prefeitura de São Paulo construir dois piscinões na região, mas não teve o pedido atendido.

Segundo o subprefeito do Butantã, Luiz Felippe de Moraes Neto, o alagamento na região do São Paulo Futebol Clube ocorreu por causa de um problema de drenagem após a tromba d’água que caiu na região. “Foram mais 100 milímetros em menos de duas horas”. Segundo Neto, o Córrego Antonico, que passa por baixo do clube, não suportou a vazão, causando o alagamento.

Ainda de acordo com o subprefeito, o problema será resolvido após a conclusão de obras na região. “A Prefeitura tem alguns projetos de macrodrenagem na cidade de São Paulo, um deles é o do Córrego Antonico”, disse. Segundo ele, o córrego, que vem de Paraisópolis, será canalizado e será construído um mini-piscinão, desviando o curso d’água que hoje passa por baixo do clube.

As ruas ao redor do estádio do Morumbi também ficaram tomadas pela lama. Na Avenida Jules Rimet, funcionários da prefeitura retiravam o barro com o auxílio de tratores.

Comerciante calcula prejuízo
A comerciante Carla Silva, de 46 anos, dona de três quiosques e uma lanchonete no clube já calculou seu prejuízo. “No mínimo, perdi uns R$ 25 mil reais”, conta. “A água batia na minha cintura, além de perder tudo aqui dentro, meu carro boiou e foi levado pela enchente”, lamenta. O veículo estava estacionado na rua em frente ao clube. Além dos sorvetes e outros alimentos, ela perdeu oito freezers e duas geladeiras.

A auxiliar de limpeza Sandra Ribeiro, 48 anos, que trabalha há um mês no local, ficou triste ao ver o clube tomado pela lama e destruído. “Hoje é dia de muita limpeza, mas estou com dor no coração ao ver o que aconteceu”, disse.

Fonte: G1





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