O coordenador da Defesa Civil da Subprefeitura do Campo Limpo, David Monteiro, afirmou na noite desta terça-feira (27) que pelo menos quatro das 40 residências interditadas perto da cratera que surgiu na Rua Doutor Flávio Américo Maruano, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, serão demolidas nesta quarta-feira (28).
O problema teve início no fim de semana, quando uma forte chuva fez com que parte de uma casa desmoronasse e caísse em um córrego que passa pela região. A chuva da tarde desta terça fez com que um buraco na calçada da via aumentasse consideravelmente, assustando os moradores.
De acordo com a Defesa Civil, 12 famílias foram retiradas de suas casas por conta do risco de novos desmoronamentos. “Esta é uma área de não edificação. Não poderia ter casas construídas lá”, disse Monteiro. “Para limpar e desobstruir a passagem do córrego, temos que derrubar as quatro residências.”
Moradores de uma das casas condenadas saíram na tarde desta terça. “A coisa está feia. As paredes estão todas rachadas”, disse o pedreiro Adilson Almeida, de 44 anos. Com ajuda de vizinhos e amigos, ele conseguiu retirar no início da noite todos os móveis, que foram colocados em um caminhão de mudanças.
Segundo sua mulher, a copeira Cleuza de Souza da Silva, de 46 anos, as primeiras rachaduras surgiram no sábado (24) e foram aumentando com o passar dos dias. “Hoje a casa já estava ficando torta. Se uma caísse, caiam todas perto juntas.”
Apesar da tristeza de ter de sair da casa onde morou por cerca de oito anos, o pedreiro disse estar aliviado por não ter perdido nenhum pertence e por nada de ruim ter acontecido com seus quatro filhos. “A gente tem agora que levantar a cabeça e seguir em frente.” A família se mudou nesta terça para uma pequena residência de dois cômodos na Favela de Paraisópolis, perto da antiga casa.
As outras famílias que vivem sobre o córrego poderão permanecer em suas residências por enquanto. A Defesa Civil, no entanto, não descartou a possibilidade de derrubar as outras 36 casas.
Por volta das 19h45, uma das duas faixas da via, que chegou a ser bloqueada, permanecia interditada na altura da Rua Ernest Renan. Para a passagem dos veículos, agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) alternavam o fluxo em ambos os sentidos.
Fonte: G1