Quem vai a shows internacionais no estádio do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, já sabe que chegar e sair das proximidades é tarefa difícil de carro. Mas além do trânsito complicado, o público também já sabe que terá que lidar com flanelinhas que chegam a cobrar mais de R$ 100 por vagas de estacionamento e taxistas que se recusam a fazer corridas pelo valor apontado no taxímetro. Parar o carro num dos estacionamentos próximos ao estádio também custa caro: até R$ 140 por vaga.
A prática tem se repetido em shows no Morumbi, já que o transporte público é deficiente. Os ônibus que fazem o trajeto até o Morumbi estavam lotados e não há Metrô Próximo. Na noite desta quarta-feira, na apresentação do U2, não foi diferente e os abusos voltaram a ocorrer. Uma equipe de reportagem da TV Globo flagrou estes abusos. Para parar o carro em uma vaga na rua, os valores começavam em R$ 40. Garagens de casas também eram oferecidas como estacionamento, a partir de R$ 80 a vaga, chegando até R$ 120.
– É R$ 40 para parar na rua e parar na garagem de casa custa R$ 80 – diz um flanelinha.
Os guardadores exigiam o dinheiro na entrada, sob o pretexto de que, na saída, a confusão é grande e é difícil cobrar todas as pessoas. Nos estacionamentos regulares, que são poucos na região, o valor era mais caro ainda: R$ 140. O atendente não soube explicar por que o valor era tão alto.
– Foi o dono do estacionamento quem determinou o preço – diz ele.
Na volta para casa, quem não foi de carro sofria para conseguir um táxi. Além de serem poucos, a maior parte se recusava a cobrar a corrida pelo preço do taxímetro, e pedia valores fechados, mais caros. Vinte veículos foram apreendidos após serem flagrados cobrando valores abusivos. Os motoristas vao ficar 10 dias sem dirigir e pagar multa de R4 204.
Por uma corrida do Morumbi ao Shopping Ibirapuera eram cobrados R$ 80. Um taxista chegou a pedir R$ 150 por uma corrida até a Vila Olímpia.
– Está errado. Mas está tudo errado. É melhor você esperar por um taxista que cobre pelo taxímetro – diz o taxista.
Pelo menos 15 flanelinhas foram presos, mas como ninguém prestou queixa, eles foram liberados.
A Polícia Militar informou que havia mil homens ao redor do estádio.
Fonte: O Globo