O irmão do ex-árbitro de futebol José de Assis Aragão foi baleado e depois atropelado, após ter reagido a uma tentativa de assalto, na manhã de deste sábado, no bairro de Caxingui, região do Morumbi, zona sul de São Paulo.
O corretor Francisco de Assis Aragão, de 68 anos, lavava a calçada de sua casa na companhia do filho, o estudante de Relações Públicas Ricardo Muller Aragão, de 18, quando um Tucson preto com os vidros filmados parou em frente à residência.
Um homem que estava no banco do passageiro da frente desceu do veículo com um revólver em mãos e gritou “Perdeu! Perdeu”. Na tentativa de se defender, Aragão, que segurava a mangueira, jogou água contra o bandido que disparou de dois a quatro tiros.
Uma das balas atingiu de raspão o lado esquerdo da barriga do corretor. Ao notar que o pai estava ferido, o universitário foi para cima do ladrão com uma vassoura. “Quando vi meu pai sangrando, minha reação foi defendê-lo”, contou o rapaz. Mesmo ferido, o corretor também foi para cima do bandido. Na briga, os três desceram a rua, por cerca de 150 metros.
O motorista do Tucson, então, deu ré e atingiu Francisco, que caiu. Mesmo com a vítima já no chão, o comparsa acelerou para a frente e deu ré novamente. “A sorte é que esse carro é bem alto. Meu pai ficou no vão entre os pneus e só por isso não foi atingido”, acrescentou o jovem. O carro fez a volta na rua e o bandido entrou no veículo, que partiu em fuga.
Segundo o delegado Paulo Parizotto, do 34º DP (Morumbi), não há câmeras na rua para ajudar nas investigações do caso – que foi registrado como tentativa de latrocínio, que é quando há um roubo seguido de morte. Não se sabe o que os bandidos queriam. O corretor tinha uma gargantilha de ouro no pescoço, mas nem isso foi levado. Na hora do crime, apenas pai e filho estavam na calçada, mas também moram na casa a outra filha de Assis, de 41 anos, e o neto dele, de 12.
O estudante conseguiu anotar a placa do Tucson, que era clonada. A polícia localizou os donos do carro original, que são de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Eles foram até a delegacia para prestar esclarecimentos.
O delegado trabalha com a hipótese de que havia mais de dois assaltantes. “O vidro era escuro e não dava para ver se tinha outras pessoas no banco de trás”, relatou o delegado.
Francisco de Assis Aragão foi encaminhado para o pronto-socorro do Hospital São Luis, no Morumbi. O quadro de saúde dele é estável, mas ainda não há previsão de alta. Ele não sofreu fraturas e apresenta apenas algumas escoriações.
Fonte: Jornal da Tarde