Iron Maiden transforma Morumbi em templo do metal

A celebração foi completa. Cerca de 55 mil fãs do Iron Maiden que lotaram o estádio do Morumbi na noite de sábado cumpriram a promessa de transformar a casa do futebol em um gigantesco templo do barulho e de devoção ao heavy metal. E o sexteto britânico cumpriu o que tinha prometido – como sempre: música de qualidade, de alto nível e muitos hits de uma carreira de 35 anos.

Nada diferente do que ocorreu nas oito vezes anteriores em que tocou no Brasil e em São Paulo – esta foi a terceira passagem por aqui desde 2008. Os shows da banda seguem sempre o mesmo roteiro que as apresentações de artistas cultuados como AC/DC e Motorhead: muitos hits, qualidade de performance impecável e total devoção do público sem que algo de novo e bombástico ocorra. E, como sempre ocorre, o resultado é sempre o mesmo da turnê anterior: um evento impecável e estupendo.

O Iron Maiden já enfrenta há algum tempo um problema característico de gigantes do rock que ultrapassam 30 anos de carreira: mesmo que consiga atrair público jovem – a maioria dos presentes nem era nascida quando a banda surgiu – acaba refém dos grandes sucessos. Tem banda que não se importa com isso, e o Iron Maiden é uma delas.

A inclusão de quatro músicas do último CD, “The Final Frontier”, entre as cinco primeiras da apresentação que começou às 21h, fez muita gente torcer o nariz e até mesmo a “protestar” contra a suposta falta de hits.



Mesmo com o nariz torcido e com certa frieza nas músicas mais recentes, até que houve uma recepção aceitável para as músicas mais novas. Dado o recado de que ainda é uma banda relevante criativamente, o sexteto deu ao público o filé tanto almejado na meta de final do show.

O hino “The Trooper” começou o massacre e estremeceu o Morumbi. Sem tempo para respirar emendaram a correta e rápida “The Wicker Man”. Para redimir a noite dos radicais e menos interessados nos trabalhos ótimos deste século, viram as pauladas “The Evil Men That Do”, “Fear of the Dark” e “Iron Maiden”.

A parada obrigatória para a chatice do pequeno intervalo para o bis deixou o público mais elétrico e mais raivoso – afinal, seria ofensa das ofensas não tocar “The Number of the Beast”. E ela veio no encerramento, acompanhada pela obra-prima “Hallowed by Thy Name” e por outro hino, “Running Free”.

O Iron Maiden, é óbvio, não precisa de redenção, mas os mais reticentes acabaram redimidos e de alma lavada com o que consideraram “o verdadeiro Maiden” com a execução dos clássicos ao final do show. O saldo do show: sem grandes novidades ou arroubos, o sexteto inglês mostrou a qualidade e a competência de sempre. E foi maravilhoso como sempre.

Fonte: G1





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