O plano do São Paulo de transformar o Morumbi em palco para a abertura da Copa do Mundo de 2014 sofreu novo baque ontem. Em cerimônia realizada na Câmara Municipal do Rio, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, afirmou que o último projeto de reforma do estádio, enviado em março à Fifa, não atende às exigências da entidade para receber o jogo inicial e semifinais. A final será no Maracanã.
Teixeira não descartou o estádio são-paulino, mas deixou claro que a situação é delicada. “Está ficando cada vez mais difícil. Mas faço questão de dizer que o problema é com o estádio, não com a cidade ou com o Estado de São Paulo”, afirmou, antes de dar uma bronca nos responsáveis pelo projeto. “Eles mandaram uma nova proposta e ela novamente não se enquadra no projeto que a Fifa exige. A impressão que dá é que estão fazendo coisas paliativas. Do jeito que está, o Morumbi está na Copa, mas para jogos de fases anteriores.”
O presidente da CBF chegou a fazer sugestões para a diretoria do São Paulo. Entre elas, não inventar alternativas fora do comum. “Para pretensão de abertura de Copa do Mundo, as necessidades que a Fifa exige são muito superiores àquelas que estão sendo propostas. O importante é que o Morumbi se adapte. Não adianta paliativamente você vir com ideias que não se enquadram no projeto. A Fifa é muito normatizada”, comentou. “O estádio tem de ter tais características. Ou cumpre a característica, ou você não pode fazer a abertura. Agora, eu volto a dizer, para abertura e para fechamento, as exigências da Fifa são muito mais sérias e muito maiores.”
Estranheza e política. O posicionamento de Teixeira causou surpresa entre os dirigentes são-paulinos. Isso porque há 40 dias, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, elogiou os avanços mostrados no último projeto e disse que o clube estava no caminho certo. “A gente não comemora quando eles (Fifa) elogiam e também não lamenta quando criticam o projeto”, afirmou o diretor de marketing do São Paulo, Adalberto Batista.
Outros diretores ouvidos pelo Estado ontem à noite confidenciaram que por traz da atitude de Teixeira está uma represália. Isso porque o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, apoia Fábio Koff na eleição para presidente do Clube dos 13. Teixeira, por sua vez, faz campanha para o empresário Kléber Leite. A eleição está marcada para o dia 12.
Fonte: Agencia Estado