Morumbi está entre os bairros mais visados por ladrões de condomínio

Três assaltantes invadem o condomínio Ventana na zona sul de São Paulo. Os ladrões são violentos. Vasculham apartamentos por três horas e fazem dez moradores reféns, entre eles um bebê. Depois, fogem sem deixar pista. O caso, que ocorreu ontem no Morumbi, retrata o perfil desse tipo de crime. É o que revela o maior estudo feito até hoje no Estado sobre roubos a condomínios horizontais e verticais.

O assalto de ontem ocorreu em um dos bairros mais visados por criminosos. A pesquisa mostra que Pinheiros (1.º lugar), Vila Mariana (2.º) e Morumbi (3.º) lideram esse ranking na cidade. Os bandidos mais armados e organizados concentram-se na capital. Usam fuzis, submetralhadoras e, outra coincidência para o caso de ontem, preferem atuar na quarta-feira, dia que concentra 19,96% dos registros.

Responsável pelo trabalho, a Coordenadoria de Análise e Planejamento (CAP) dissecou 317 casos registrados no Estado de São Paulo de 2005 a 2009. A explicação para a concentração dos roubos nas zonas oeste e sul da capital e em cidades como Campinas e Sorocaba é fácil para a polícia. “O ladrão vai onde o dinheiro está”, disse o delegado Antonio Carlos Heib, da Delegacia Especializada em Combate a Roubos e Condomínios do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).



A proliferação desse tipo de crime levou o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, a criar, em setembro de 2009, uma delegacia especializada nesse delito. Depois disso, 14 (66,6%) dos 21 casos de arrastão investigados foram esclarecidos pelo Deic. Muitos dos ladrões de condomínio atuais são velhos conhecidos de Heib, gente que ele buscava quando trabalhava na Divisão Antissequestro.

Perigosos. “São bandidos perigosos”, disse Heib. A pesquisa mostra que, de 2005 a 2009, 313 criminosos foram acusados desse crime no Estado ? a maioria é branca (40,4%) e tem o ensino fundamental completo (32%). Assim como no assalto de ontem, em 32,2% dos casos os ladrões agiram encapuzados e em 74,8% deles, os criminosos tinham armas de pequeno porte.

Fonte: Agencia Estado





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