A Polícia Civil investiga uma revendedora que funcionava no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, suspeita de praticar golpes contra clientes que deixavam seus veículos para serem vendidos.
A Prime Motors funcionava em um prédio na Avenida Jorge João Saad e fechou as portas no dia 15 de novembro, segundo os vizinhos. A jornalista Ana Costa foi uma das vítimas. Ela conta que deixou o carro na revendedora em consignação para ser vendido por R$ 34,3 mil e que dias depois recebeu uma ligação da loja.
“A boa notícia que eu recebi é que ‘olha, seu carro tá praticamente vendido. A gente só está aguardando o financiamento do banco por parte do novo proprietário. Eu imagino que na segunda-feira fechamos negócio.’”
Só que o veículo já tinha sido vendido. O comprador pagou à vista R$ 33,5 mil pelo carro. No entanto, a Prime Motors depositou para ela apenas uma parte do dinheiro – R$ 24,5 mil. Com a loja fechada, o prejuízo de Ana é de R$ 10 mil.
O dono da Prime Motors é Guilherme Vorrath e há contra ele mais de 12 boletins de ocorrência registrados na polícia e oito inquéritos pelo crime de apropriação indébita só neste ano.
“Em alguns casos eles se comportavam legalmente. Em outros, pagavam pela metade o proprietário do automóvel. Em outros casos pagavam o percentual ínfimo do valor estabelecido para o veículo, e, em outros, não pagavam nada”, afirmou o delegado Valter Sérgio de Abreu, do 34º Distrito Policial, no bairro Vila Sônia.
Os automóveis retirados da Prime Motors foram transferidos em consignação para outra revenda. Seu proprietário não quis gravar entrevista e disse que isso é comum entre as lojas que vendem carros usados.
A Justiça vai definir se os veículos negociados voltam para os antigos proprietários ou se ficam com as pessoas que pagaram pelo bem. Segundo a polícia, Vorrath só pode ser preso em flagrante ou por determinação da Justiça. A reportagem tentou falar com Vorrath, mas ele não atendeu às ligações.
Fonte: G1